40 anos de teatro de Francis Mayer

Qual é a boa?, Por João Luiz Azevedo, Produtor Cultural

Em 12/02/2025 às 20:50:38

0:00

Na semana passada fui assistir ‘Marginal Genet’, o mais recente espetáculo teatral do produtor Francis Mayer, sobre a vida do transgressor escritor francês Jean Genet, livremente inspirado nas obras “Diário de um Ladrão”, de Jean Genet, e “Saint Genet”, de Jean-Paul Sartre.

Acompanho a carreira de Francis Mayer, desde os anos 80, quando montou ‘Querelle’ (do mesmo Genet) com Rogéria, Gerson Brenner, Guilherme de Pádua e grande elenco, no Teatro Dulcina, Centro do RJ.

De lá pra cá, assisti quase tudo que ele produziu. Espetáculos para o público jovem como ‘Namoro’ (1993), com Natália Lage; ‘Betty Blue’ (1993), versão teatral do romance "37,2° le matin" de Philippe Djian, que também virou filme com Beatrice Dalle e teve como protagonistas Monique Curi e Fernando Wellington; ‘Se Você me Ama’ (1994), com Danielle Winits na 1ª montagem e Java Mayan na remontagem de 1998; ‘Teen Lover’ (1995), com Mouhamed Harfouch e Serginho Hondjakoff (o ‘Cabeção’ de Malhação, da TV Globo) como protagonistas, Henri Castelli na remontagem, de 1999, e Bruno Gagliasso na 3ª montagem, de 2002. Este espetáculo, inclusive, teve a imagem da cantora e modelo Regininha Poltergeist espalhada pelo cenário; ‘Nó de Gravata’(1996), com Luana Piovani; ‘As Meninas’(1998), de Lygia Fagundes Telles e Bianca Rinaldi no elenco; ‘ Os Meninos da Rua Paulo’ (2000), com Bruno Gagliasso, Erik Marmo, Serginho Hondjakoff e Theo Becker; ‘Preciso Dizer que Te Amo’ (2003), com Ticiane Pinheiro; ‘Juventude & Cia’ (2004), com a atriz Monique Alfradique; ‘Falou Amizade’ (2005), com Serginho Hondjakoff; e ‘Os Campeões’ (2010) com Rainer Cadete e Guilherme Leicam.

Também espetáculos para o público (masculino) adulto, como ‘Alta Vigilância’ (1997), de Jean Genet, com Carlos Machado; ‘A Noite do Meu Bem’ (1999/2000), de Paulo Cesar Coutinho; ‘Detentos’ (2002 e 2024); ‘O Hospede’ (2015), inspirado no filme "Teorema”; ‘Pasolini, no Deserto da Alma' (2024); e o atual ‘Marginal Genet’.

Shows de travestis (maravilhosas, por sinal) como a turnê pelo país com ‘Adorável Rogéria’, com Andrea Gasparelli e Erik Barreto, em 1989; ‘Folia Tropical’, com Rogéria e Marlene Casanova, no Teatro Alaska, em 1990; e ‘Eles Dançam’ (2003), com Rogéria como atriz convidada, no Teatro do Posto Seis.

Os musicais "Ângela Maria – Lady Crooner"(2018); e ‘Cazuza – Jogado aos Teus Pés’ (2008/2009), sem falar nos musicais infantis ‘O Mágico de Oz’, que estreou no Plataforma, em 1985, e teve remontagens em 1990. Não tive a oportunidade de assisti-las, mas muito ouvi falar de um elenco de estrelas encabeçado pela atriz Suely Franco, que ganhou o Prêmio Coca Cola como melhor atriz em teatro infantil daquele ano. Essa mesma peça teve remontagens no ano de 1986, com Fafy Siqueira no elenco, e no Teatro Casa Grande, em 1993, o 1º musical de Amanda Acosta e Dhu Moraes no elenco, além de ‘Mogli – O Menino Lobo’ (1992, sua estreia como diretor). Também dirigiu o show musical ‘Cazuza – Nunca Sofri Por Amor’(2023), que lançou o cantor Pepê Moraes como o cover oficial do Cazuza

Neste ano de 2025, Francis Mayer completa 40 anos de carreira artística. Desde a estreia na Plataforma (no Leblon) com o musical 'O Mágico de Oz’, em 1985, com Bia Nunes e Ankito no elenco, até este espetáculo ‘Marginal Genet’ em cartaz no Teatro Joia em Copacabana.

‘São 20 peças teatrais como autor e 33 como diretor. Perdi a conta. Também 32 anos com o Projeto Jovem Tour, iniciado em 1993 com o espetáculo ‘Namoro’’, comenta Francis. ‘Como produtor, recebi o Prêmio Inacen, por um dos cinco melhores espetáculos de 1987 em "Calibã", tendo no elenco Carla Marins e Carlos Loffler. Ainda fui indicado ao Prêmio Coca-Cola de 1990 por melhor figurino por O Mágico de Oz’. Pois é, gosto de criar figurinos também, aprendi muito com a inesquecível Rosa Magalhães sobre cenografia e figurinos. Ela participou de 13 dos meus espetáculos teatrais. Desde ‘Calibã’ (1987) a ‘Angela Maria – Lady Crooner’(2018).’ Imaginem vocês: um produtor que assina mais de 50 peças teatrais, como autor, diretor, cenógrafo, figurinista, lança dezenas de atores e atrizes nos palcos, viaja por todo o país, por 32 anos, com seus espetáculos pelo Projeto Jovem Tour e é reconhecido e respeitado por todo Brasil, ganha prêmios e lota as salas de espetáculos. E o melhor de tudo: sempre sem PATROCINIOS".

Esse merece os meus APLAUSOS !!! Salve Francis Mayer!!!